Cuidados e como ajustar sua
bike em relação à sua estrutura corporal
A)
A altura do selim deve ser regulada para que, quando a perna estiver na
posição mais distante, o joelho ainda esteja levemente flexionado, para evitar
trabalhar com a perna estendida.
B)
A altura do selim deve estar alinhada com a ponta do canote do
guidão.C) A distância entre o selim e o guidão deve ser a soma do nosso antebraço mais a mão estendida, de forma que o cotovelo fique encostado na ponta do selim e o dedo na ponta do canote.
D) É fundamental que a cada 5 ou 10 minutos nos levantemos do banco e pedalemos em pé durante algum tempo, de modo a que ocorra circulação sanguínea na região pubiana. Estudos mostram que a falta de circulação pode ocasionar problemas circulatórios e neurológicos.
Nesse Caso, em bicicletas convencionais pode-se aproveitar os aclives para pedalar em pé. Enquanto nas estacionárias, o aclive pode ser simulado aumentando a carga da bicicleta.
E) É preciso levarmos em consideração as regras básica de vestimenta e comportamento, a serem adotadas quando praticamos esportes.
IMPORTANTE
Os dias de exercício devem ser
alternados para permitir a recuperação do corpo antes da próxima carga. Caso
contrário, podemos entrar em “overtraining”, que é prejudicial à nossa saúde
corporal.
Quanto mais condicionado, menor
será o número de batidas de nosso coração em repouso. A Frequência Cardíaca de
Repouso de um atleta pode chegar à metade da de uma pessoa
comum.
DISFUNÇÃO ERÉTIL E A PRÁTICA DO
CICLISMO
Cálide Soares Gomes¹
A impotência sexual ou disfunção erétil peniana tem
etiologia multifatorial. Classicamente dividida em causas orgânicas e causas
psicogênicas, é freqüente uma associação das duas. A distinção não é
clinicamente fácil de realizar visto que afecções orgânicas interferindo na
função erétil poderão, adversamente, afetar o estado psicológico do paciente e
vice-versa. Apenas cerca de 5 a 10% dos casos ocorrem por razões essencialmente
psicogênicas. Causas essencialmente orgânicas são as mais freqüentes, variando
de 50 a 70% dos casos. Porém, na maioria dos casos, mais de um fator está
associado e, invariavelmente, a disfunção erétil orgânica é associada ou
complicada por fatores psicogênicos, a chamada disfunção erétil de natureza
mista. A disfunção erétil apresenta vários fatores de risco como: idade
avançada; diabetes mellitus; hipertensão arterial sistêmica; distúrbios
circulatórios do próprio pênis; enfermidades vasculares periféricas;
enfermidades neurológicas; enfermidades endócrinas; traumatismos da medula
espinhal, pelve ou períneo; operações pélvicas radicais; radioterapia;
priapismo; alcoolismo; tabagismo; consumo de maconha e/ou cocaína; uso de
antihipertensivos, tranqüilizantes e psicotrópicos; dificuldades de
relacionamento com a parceira; estresse; ansiedade de desempenho sexual;
depressão; personalidade obsessivo-compulsiva; desvios sexuais. Recentemente, um
novo fator de risco tem sido implicado na gênese da disfunção erétil: a prática
do ciclismo. O ciclismo é uma excelente atividade para o sistema
cárdio-respiratório. Porém, dependendo da maneira como for praticado poderá
afetar adversamente a função erétil do pênis. Quanto maior o tempo sentado sobre
um selim estreito e não acolchoado que sustenta a maior parte do peso do corpo
do ciclista, maior a pressão exercida sobre a linha média do períneo,
especificamente sobre a crura peniana que é interna, fixa, apoiada em estruturas
ósseas pélvicas. Essa mórbida pressão exercida sobre o períneo, que às vezes
chega a 200 kg, traumatiza e comprime artérias penianas responsáveis pela
irrigação sangüínea e conseqüente ereção. O traumatismo persistente e continuado
provoca alterações obstrutivas e/ou cicatriciais sobre as delicadas estruturas
responsáveis pela ereção peniana. O dano pode se estender para algumas veias
penianas e pela delicada malha erétil dos corpos cavernosos. Abrupta ou
lentamente, ocorrerão manifestações clínicas de disfunção erétil peniana
onde um aspecto está habitualmente presente: hipoestesia perineal. Nem todo
ciclista desenvolverá disfunção erétil e nem toda disfunção erétil em ciclistas
será por trauma ou compressão sobre o períneo. Um conjunto de fatores precisará
coexistir: 1-Selins inadequados, não acolchoados ou muito estreitos. 2-Longos
percursos em estradas, repetidos com freqüência. 3-Ciclismo praticado em pistas
irregulares ou muito acidentadas quando a trepidação ou choques do períneo
contra o selim ou o quadro da bicicleta poderão gerar pressões transitórias
equivalentes a 200 Kg ou mais. 4-Pacientes muito pesados gerarão maior pressão
sobre o períneo. 5-Pacientes que já apresentam algum grau de disfunção erétil ou
outros fatores de risco. Lembrar que as bicicletas estáticas ou ergométricas
apresentam os mesmos riscos. É possível praticar o ciclismo com pouca agressão
ao períneo obedecendo às seguintes regras: 1-Usar sempre um selim bem
acolchoado. 2-Evitar selins estreitos. Se for o caso, trocá-los por outros mais
largos e acolchoados. 3-Angular a ponta ou nariz do selim, alguns graus para
baixo. 4-Especialmente em longas jornadas, passeios, competições, terrenos
acidentados etc, ficar em pé nos pedais a cada 5 ou 10 minutos, por cerca de 3
minutos, para desbloquear a circulação sangüínea. 5-Usar as pernas apoiadas nos
pedais para a absorção de choques do terreno. 6-Em bicicletas estáticas ou
ergométricas, usar sempre selins largos e acolchoados; ficar em pé nos pedais a
cada 5 ou 10 minutos, por cerca de 1 minuto, para aliviar a compressão perineal.
Está bem estabelecido que a pressão do selim sobre o períneo é responsável por
lesões arteriais que podem ser responsáveis por disfunção erétil peniana isolada
ou associada a outros fatores de risco. Entretanto, apenas uma pequena
porcentagem dos ciclistas desenvolverá disfunção erétil atribuída à prática do
esporte. O esporte praticado sem os devidos cuidados, especialmente por
pacientes predispostos, certamente lesa estruturas importantes responsáveis pela
ereção peniana e será o responsável pela disfunção erétil de alguns, mas não de
todos os ciclistas. Não é redundante reafirmar que com os devidos cuidados, o
ciclismo continuará sendo uma prática segura eprazerosa para seus aficcionados
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